sexta-feira, novembro 18, 2005
秋
Aki
Outono
もの置けばそこに生まれぬ秋の蔭 虚子
mono okeba soko ni umarenu aki no kage
Em qualquer lugar
Onde se deixem as coisas,
As sombras do outono.
Kyoshi
今朝秋や見入る鏡に親の顔 鬼城
kesa aki ya miiru kagami ni oya no kao
Ao mirar o espelho,
Na primeira manhã de outono,
O rosto do pai.
Kijô
この秋は何で年よる雲に鳥 芭蕉
kono aki wa nan de toshiyoru kumo ni tori
Neste outono,
Como estou ficando velho!
Pássaros nas nuvens.
Bashô
行秋の草にかくるゝ流れかな 白雄
yuku aki no kusa ni kakururu nagare kana
O pequeno córrego
Se esconde sob o capim —
O outono fenece.
Shirao
飯時や戸口に秋の入日影 樗良
meshidoki ya toguchi ni aki no irihi kage
Hora do almoço.
Pela porta, com os raios de sol,
As sombras do outono.
Chora
枯枝に烏の止まれけり秋の暮 芭蕉
kare-eda ni karasu no tomare keri aki no kure
Num galho seco,
Um corvo pousado.
Tarde de outono.
Bashô
此道や行く人なしに秋のくれ 芭蕉
kono michi ya yuku hito nashi ni aki no kure
Por este caminho,
Ninguém mais passa —
Tarde de outono.
Bashô
父母のことのみ思ふ秋の暮 蕪村
chichi haha no koto nomi omou aki no kure
Penso apenas
Em meu pai e minha mãe —
Tarde de outono.
Buson
名月や行つても行つてもよその空 千代女
meigetsu ya ittemo ittemo yoso no sora
Lua cheia!
Por mais que caminhe,
O céu é de outro lugar.
Chiyo-jo
名月を取つてくれろと泣く子かな 一茶
meigetsu wo totte kurero to naku ko kana
Lua cheia.
Me dá, me dá!
Chora a criança.
Issa
名月や池をめぐりて夜もすがら 芭蕉
meigetsu ya ike o megurite yo mo sugara
Ah, lua de outono —
Andando em volta do lago
Passei toda a noite.
Bashô
名月や座に美しき顔もなし 芭蕉
meigetsu ya za ni utsukushiki kao mo nashi
Ah, lua cheia!
Nem mesmo um rosto bonito
Entre os presentes...
Bashô
禪寺の門を出づれば星月夜 子規
zendera no mon o izureba hoshizukiyo
Ao deixar o portão
Do templo zen,
Uma noite estrelada!
Shiki
荒海や佐渡によこたふ天の川 芭蕉
araumi ya sado ni yokotau ama no gawa
Mar agitado —
Estende-se até a ilha de Sado
A Via-láctea.
Bashô
淋しさや花火のあとの星の飛ぶ 子規
sabishisa ya hanabi no ato no hoshi no tobu
Solidão.
Após a queima de fogos,
Uma estrela cadente.
Shiki
あかあかと日はつれなくも秋の風 芭蕉
aka aka to hi wa tsurenaku mo aki no kaze
Apesar do sol
Ardendo sem compaixão,
O vento de outono.
Bashô
淋しさに飯をくふ也秋の風 一茶
sabishisa ni meshi o kû nari aki no kaze
Em solidão,
Como minha comida —
Vento de outono.
Issa
馬の尾に佛性ありや秋の風 子規
uma no o ni busshô ari ya aki no kaze
No rabo do cavalo
Também há natureza búdica?
Vento de outono.
Shiki
稲妻にさとらぬ人の貴さよ 芭蕉
inazuma ni satoranu hito no tôtosa yo
Venerável
É quem não se ilumina
Ao ver o relâmpago!
Bashô
稲妻やきのふは東今日は西 其角
inazuma ya kinô wa higashi kyô wa nishi
Trovão —
Ontem a leste,
Hoje a oeste.
Kikaku
しらつゆに浄土まいりのけいこかな 一茶
shiratsuyu ni jôdo mairi no keiko kana
No orvalho branco
Encontrarás o caminho
da Terra Pura!
Issa
物の音ひとりたふるゝ案山子かな 凡兆
mono no oto hitori taururu kakashi kana
Algo faz barulho —
Cai sozinho, sem ajuda,
O espantalho.
Bonchô
案山子から案山子へ渡る雀哉 小波
kakashi kara kakashi e wataru suzume kana
De espantalho
Para espantalho,
Voam os pardais.
Sazanami
よの中は稲かる頃か草の庵 芭蕉
yo no naka wa ine karu koro ka kusa no io
Minha casa de sapê —
Será tempo de colheita
No mundo lá fora?
Bashô
我が聲の風になりけり菌狩 子規
waga koe no kaze ni nari keri kinokogari
Minha voz
Torna-se vento —
Coleta de cogumelos.
Shiki
七夕の歌書く人に寄り添ひぬ 虚子
tanabata no uta kaku hito ni yorisoinu
A moça rodeia
O poeta que escreve versos —
Festival das Estrelas.
Kyoshi
古犬や先に立つなり墓参り 一茶
furu-inu ya saki ni tatsu nari haka-mairi
O velho cão,
Na visita ao cemitério,
Segue à frente.
Issa
雁よ雁いくつのとしから旅をした 一茶
kari yo kari ikutsu no toshi kara tabi o shita
Oh gansos selvagens!
Desde que tempo
Tendes viajado?
Issa
木啄の柱をたたく住いかな 芭蕉
kitsutsuki no hashira o tataku sumai kana
Ah, esta casa —
Pica-paus vêm bicar
Sua madeira.
Bashô
蜻蛉やとりつきかねし草の上 芭蕉
tombô ya toritsuki kaneshi kusa no ue
A libélula,
Sem conseguir se agarrar
A uma folha de capim.
Bashô
行く水におのが影追ふ蜻蛉かな 千代女
yuku mizu ni ono ga kage ou tombo kana
Sobre o curso d'água,
Perseguindo sua sombra,
Desliza a libélula.
Chiyo-jo
我が影の壁にしむ夜やきりぎりす 蓼太
waga kage no kabe ni shimu yo ya kirigirisu
De noite minha sombra
Embebe-se na parede —
O grilo cricrila
Ryôta
庵の夜や棚さがしするきりぎりす 一茶
io no yo ya tana sagashi suru kirigirisu
Noite na cabana —
Um grilo na prateleira
Procura por algo.
Issa
むざんやな甲の下のきりぎりす 芭蕉
muzan ya na kabuto no shita no kirigirisu
Que tocante!
Debaixo da armadura
Sai um grilo.
Bashô
とんぼうや村なつかしき壁の色 蕪村
tombô ya mura natsukashiki kabe no iro
Libélulas!
Dá saudades da terra natal
A cor deste muro.
Buson
道のべの木槿は馬に喰われけり 芭蕉
michinobe no mukuge wa uma ni kuwarekeri
A flor
Da beira da estrada
Foi comida pelo cavalo.
Bashô
柿喰へば鐘が鳴るなり法隆寺 子規
kaki kueba kane ga naru nari hôryûji
Ao comer caqui
Ouve-se um sino tocar —
Templo Hôryûji.
Shiki
晩鐘や寺の熟柿の落つる音 子規
banshô ya tera no jukushi no otsuru oto
Sinos do anoitecer —
O barulho de um caqui maduro
Caindo no templo.
Shiki
山くれて紅葉の朱をうばひけり 蕪村
yama kurete momiji no ake o ubaikeri
O morro escurece
E das folhas do bordo
O escarlate rouba...
Buson
柳ちり菜屑流るゝ小川かな 子規
yanagi chiri nakuzu nagaruru ogawa kana
O salgueiro se desfolha.
Restos de verduras
Descendo o regato.
Shiki
朝顔の地を這ひわる空家哉 子規
asagao no chi o haiwataru akiya kana
As campânulas
Se espalham pelo terreno —
Casa abandonada.
Shiki
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